Tragédia em Minas: barragem não tinha sirenes de alerta à população

MARIANA (MG) — Embora regras de emergência em barragens preconizem o uso de sirenes para alertar a população sobre acidentes, a Samarco, empresa responsável pelas barragens de Fundão e Santarém que se romperam na quinta-feira, não possuía o instrumento e informou que optou por telefonar para pessoas da comunidade para avisar da tragédia em marcha. Questionados diversas vezes em entrevista coletiva nesta sexta-feira, os porta-vozes da empresa não souberam nominar os seus interlocutores, dizendo apenas que avisou "líderes comunitários, e nem a mensagem passada.

No entanto, o presidente da associação de moradores de Bento Rodrigues, José do Nascimento Jesus, de 70 anos, que passou a madrugada ilhado e quase morreu, disse ao GLOBO, que não recebeu qualquer informe da empresa para deixar a área:

— Eles não ligaram pra mim não, em nenhum momento. Fui avisado mesmo foi pelo barulho da água. Perdemos tudo, só não perdemos a vida porque Deus olhou — afirmou Jesus.
O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar as causas do acidente. O promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Ambientais do Ministério Público Estadual, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, informou que trabalha com a hipótese de descumprimento de norma técnica.


— É o pior dano ambiental do estado de que se tem notícia — disse o promotor que vai apurar o porquê da construção da barragem tão próxima de comunidades como Bento Rodrigues.


A lama de rejeitos de minério atingiu cinco distritos:
Águas Claras, Ponte do Grama, Paracatu, Pedras e Bento Rodrigues, onde fica a barragem que rompeu na tarde de quinta-feira. A cidade de Barra Longa, que fica a 70 quilômetros do local do acidente, também sofre as consequências do alagamento. O Corpo de Bombeiros chegou anunciar o resgate de um corpo próximo à cidade de Rio Doce, a cerca de cem quilômetros do distrito de Bento Rodrigues. Porém, os militares não confirmam se a morte tem relação com a tragédia.

A Samarco informou que 13 funcionários que trabalhavam na barragem estão desaparecidos. A prefeitura vai divulgar ainda nesta sexta-feira uma lista completa de pessoas que podem estar sob a lama. Equipes de resgate continuam na busca por sobreviventes.
Segundo a empresa, o rompimento das barragens aconteceu por volta das 15 horas. Cerca de 30 minutos antes, no entanto, houve alguns tremores na empresa e um teste foi feito na barragem de Fundão. De acordo com os técnicos da Samarco, no entanto, naquele momento, o reservatório de rejeitos oriundos da mineração de ferro não revelava qualquer sinal de colapso.

— Esta é a pior crise da nossa história. Ainda não avaliamos a extensão do prejuízo — disse o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi.

O gerente geral de projetos da Samarco, Germano Lopes, afirmou que em torno de 62 milhões de metros cúbicos de água, lama, areia e argila foram despejados sobre o vilarejo de Bento Rodrigues. O montante equivale é cerca de 10 vezes o volume da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio.

A empresa reafirmou que os resíduos das barragens não são tóxicos e não oferecem risco à saúde e se comprometeu a prestar assistências às famílias atingidas.


06/11/15, Subsídios ebd, com informações O Globo 
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