Lição 2 – O Único Deus Verdadeiro e a Criação

OBS. Subsídio para a lição 2 - Classe de Adultos. 
O estudo de hoje está baseado na declaração de fé das Assembleias de Deus, capítulo II. Este credo reafirma de forma contundente que Deus é o criador e o único Deus verdadeiro.  Vejamos o que diz este credo.
I – QUEM É DEUS
1. Quem é, e que é Deus?
A melhor definição é a que se encontra no Catecismo de Westminster: "Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade." A definição bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus. O "nome" de Deus, nas Escrituras, significa mais do que uma combinação de sons; representa seu caráter revelado.
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  • Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome. (Êx 6.3; 33.19; 34.5, 6) Adorar a Deus é invocar seu nome (Gn 12.8); temê-lo (Dt 28.58); louvá-lo (2 Sm 22.50); glorificá-lo (Sl 86.9); é sacrilégio tomar seu nome em vão (Êx 20.7), ou profaná-lo ou blasfemá-lo (Lv 18.21; 24.16). Reverenciar a Deus é santificar ou bendizer seu nome (Mt 6.9). O nome do Senhor defende o seu povo (Sl 20.1), e por amor do seu nome não os abandonará (1 Sm 12.22).

    Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos nas Escrituras:

    (a) Elohim (traduzido "Deus").
    Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implícitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A forma plural significa a plenitude de poder e representa a trindade.

    (b) Jeová (traduzido "Senhor" na versão de Almeida).
    Elohim, o Deus-Criador, não permanece alheio às suas criaturas. Observando Deus a necessidade entre os homens, desceu para ajudá-los e salvá-los; ao assumir esta relação, ele revela-se a si mesmo como Jeová, o Deus da Aliança. O nome JEOVÁ tem sua origem no verbo SER e inclui os três tempos desse verbo — passado, presente e futuro. O nome, portanto significa: Ele que era, que é e que há de ser; em outras palavras, o Eterno. Visto que Jeová é o Deus que se revela a si mesmo ao homem, o nome significa: Eu me manifestei, me manifesto, e ainda me manifestarei.

    O que Deus opera a favor de seu povo acha expressão nos seus nomes, e ao experimentar o povo a sua graça, desse povo então pode dizer-se: "conhecem o seu nome." A relação entre Jeová e Israel resume-se no uso dos nomes encontrados nos concertos entre Jeová e seu povo.

    §  Aos que jazem em leitos de doença manifesta-se-lhes como JEOVÁ-RAFA, "o Senhor que cura" (Êx 15.26).
    §  Os oprimidos pelo inimigo invocam a JEOVÁ-NISSI, "o Senhor nossa bandeira" Êx 17.8-15).
    §  Os carregados de cuidados aprendem que ele é JEOVÁ-SHALOM, "o Senhor nossa paz" (Jl 6.24).
    §  Os peregrinos na terra sentem a necessidade de JEOVÁ-RA'AH, "o Senhor meu pastor" (Sl 23.1).
    §  Aqueles que se sentem sob condenação e necessitados da justificação, esperançosamente invocam a JEOVÁ-TSIDKENU, "o Senhor nossa justiça" (Jr  23.6).
    §  Aqueles que se sentem desamparados aprendem que ele é JEOVÁ-JIREH, "o Senhor que provê" (Gn 22.14).
    §  E quando o reino de Deus se houver concretizado na terra, será ele conhecido como JEOVÁ-SHAMMAH, "o Senhor está ali" (Ez  48.35).

    (c) El (Deus) é usado em certas combinações: EL-ELYON (Gn 14.18-20), o "Deus altíssimo", o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses. EL-SHADDAI, "o Deus que é suficiente para as necessidades do seu povo" (Êx 6.3). EL-OLAM, "o eterno Deus" (Gn 21.33).

    (d) Adonai significa literalmente "Senhor" ou "Mestre" e dá a ideia de governo e domínio (Êx 23.17; Is 10.16, 33). Por causa do que Deus é e do que tem feito, ele exige o serviço e a lealdade do seu povo. Este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado.

    (e) Pai, emprega-se tanto no Antigo como no Novo Testamento.
    Em significado mais amplo o nome descreve a Deus como sendo a Fonte de todas as coisas e Criador do homem; de maneira que, no sentido criativo, todos podem considerar-se geração de Deus (Atos 17.28). Todavia, esta relação não garante a salvação. Somente aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo seu Espírito são seus filhos no sentido íntimo da salvação (João 1.12, 13).

    2. Deus é um ser pessoal.
    Como um ser pessoal, Deus é imanente e transcendente, isto significa que, Ele está na Sua criação e ao mesmo tempo acima de Sua criação. Ele é uma pessoa na Sua criação e ao mesmo tempo Ele está separado e bem distinto dela. Ele também está acima de Sua criação, isto é, Ele é maior que Sua criação, distinto dela e não faz parte dela.
    Na oração de Salomão por ocasião da dedicação do templo, ele prestou tributos à grandeza transcendental de Deus com estas palavras: "Mas na verdade habitará Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus, te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado" (1 Reis 8.27).

    A Bíblia revela Deus como uma Pessoa divina que possui todas as características de uma pessoa.
    Se Deus não tivesse personalidade com a qual pudesse comunicar-se, os homens não teriam jamais a sua sede do Deus vivo saciada porque jamais entrariam em contato com Ele. Mas o nosso Deus é vivo e tem personalidade.

    (a) Deus fala de si mesmo como de uma personalidade.
    Quando Moisés perguntou: "Qual é o teu nome?" Deus disse: ' 'Eu sou o que sou". E disse mais: “Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.14). É impossível imaginar uma expressão mais forte de uma personalidade do que esta!

    (b) Jesus veio revelar aos homens o seu Pai (Lc 10.22).
    Vejamos algumas coisas que Jesus revelou a respeito da personalidade de seu Pai!

    (c) Jesus falou de Deus muitas vezes como sendo o seu Pai.
    Ele disse: "Meu Pai e vosso Pai" (Jo 20.17).
    Foi Jesus que nos ensinou a orar: "Pai nosso" (Mt 6.9). Quem é Pai é uma personalidade.

    (d) Jesus usou, quando centena de vezes falou de seu Pai, pronomes pessoais.
    Ele disse: "Todas as tuas coisas são minhas e as minhas são tuas". "Vou para ti" (Jo 17.10,11).
    Os usos de pronomes pessoais subentendem a personalidade de Deus.

    (e) Jesus falou de atividades de seu Pai que só são atribuídas a uma pessoa.
    Ele disse: "Meu Pai trabalha" (Jo 5.17); “O meu Pai ama (Jo 3.35); “O meu Pai me enviou” (Jo 6.29); “O Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo” (Jo 5.20)”. Falou da vontade de seu Pai (Jo 6.39,40), expressões que só se atribuem a uma pessoa. Assim necessariamente Ele é uma pessoa.

    Jesus disse: "Meu Pai é o Lavrador" (Jo 15.1)
    Nome que só é atribuído a uma pessoa, a um ser com personalidade.

    3. Deus é um ser espiritual.
    Deus é exclusivamente Espírito (João 4.24). O leitor deverá reconhecer esta verdade ou terá problema para entender as três pessoas da trindade. Como Espírito Deus não pode ser dividido ou composto. Como Espírito Ele é invisível e intangível. "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito que está no seio do Pai, esse o fez conhecer" (João 1.18).
    (a) A essência de Deus.
    Sendo Deus Espírito, Ele não tem um corpo de subs­tância material, com sangue, carne. Ele tem um corpo espiritual (1 Co 15.44). Embora o corpo espiritual tenha forma, porque Jesus veio em "forma de Deus" (Fp 2.6) e foi à expressa imagem da sua pessoa (Hb 1.3; 2 Co 4.4; Cl 1.15), não podemos imaginar qual seja esta forma! Embora a Bíblia fale do rosto de Deus (Êx 33.20) e de sua boca (Nm 12.8) e de seus lábios (Is 30.27), olhos (Sl 11.4 e 18.24), ouvidos (Is 59.1), mãos e dedos (SI 8.3-6), pés (Ez 1.27), não devemos por isso procurar materializar Deus e em nossa mente criar uma imagem divina correspon­dente a essas expressões, comparando-a com um corpo humano!


    A Bíblia diz que nós não devemos nos preocu­par se a divindade deve possuir a forma que lhe é dada pela imaginação dos homens (At 17.29). É por isso que Deus adverte: "Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher" (Dt 4.16). Essa tentação pro­vém do desejo de procurar materializar Deus.
    Deus é Espírito e a sua natureza é essencialmente espiritual. Ele jamais está sujeito à matéria. Nós tam­bém não devemos procurar chegar a alguma imagem ou visão física de Deus, mas esperar aquele grande dia quando nós o veremos como Ele é (1 Jo 3.2; 1 Co 13.12).

    ARGUMENTO
    1. Ele é o criador dos espíritos, e desde que o ser espiritual é o nível mais alto de ser, Ele deve ter a natureza pertencente a este nível.

    2. As Escrituras atribuem espiritualidade a Deus. João 4.24, Hebreus 12. 9.

    3. Sua espiritualidade pode ser argumentada do ponto de Sua imensidade e eternidade. Ele é infinito quanto a espaço e tempo. A matéria é limitada ao tempo e espaço, mas Deus é onipresente e eterno.

    4. Sua espiritualidade pode ser argumentada através de Sua independência e imutabilidade. Tudo o que é matéria pode ser dividido, somado ou diminuído. A matéria é sujeita as mudanças, mas Deus é imutável.

    5. Sua espiritualidade pode também ser argumentada através de Suas perfeições absolutas.
    A matéria impõe limitações e não é sistemática nem consistente com a perfeição absoluta.

    A palavra perfeição é usada aqui com um significado amplo e não só no sentido de não ter pecado. O Salvador, em Seu corpo humano tinha Seus limites ainda que sem pecado. Ele não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele não estava imune à fome, sede, cansaço e dor.

    OBJEÇÃO

    Muitas passagens nas Escrituras atribuem partes do corpo a Deus. Falam de Seus olhos, Sua face, Suas mãos e Seus braços. Em réplica podemos dizer que a linguagem é figurativa e é usada de modo conveniente ao entendimento humano. Tal linguagem é chamada de antropomorfismo, isto é, atribuição de características humanas a seres que não são humanos.

    3. Deus é incomensurável.
    Incomensurabilidade é o infinito quando aplicado ao espaço. Assim como é impossível imaginar a forma de Deus, também é impossível medir, pesar ou fazer algum cálculo a respeito de Deus.

    Não existem números ou expressões que possam nos fazer compreender Deus (Sl 71.15, 40.5 e 139.6,17, 18). Medida nenhuma pode dar uma ideia da sua grandeza (Jó 11.9; 1 Rs 8.27). Nenhum cálculo de peso pode fazer-nos compreender o seu "peso de glória" (2 Co 4.17). Deus é Espírito, e na sua imensidade não está sujeito ao espaço.
    4. Deus é invisível (Rm 1.20; Cl 1.15).
    Sendo Deus Espírito, a matéria não pode vê-lo. Isto não impede que Ele esteja presente no meio do seu povo. Não somente Noé (Gn 5.29) ou Enoque (Gn 5.24) andavam com o Deus invisível. É o privilégio de cada crente (Cl 2.6; 1 Ts 4.1), "Porque andamos por fé e não por vista" (2 Co 5.7).

    II – DEUS, O ÚNICO CRIADOR DO CÉU E DA TERRA

    Não se acha a prova bíblica da doutrina da criação numa única e restrita porção da Bíblia, mas em todas as partes da palavra de Deus. Não consiste de umas poucas e esparsas passagens de duvidosa interpretação, mas sim, de um grande número de claras e inequívocas afirmações que falam da criação do mundo como um fato histórico. Temos primeiramente a extensa narrativa da criação nos dois primeiros capítulos de Gênesis.

    As diversas passagens em que se acham essas referências podem ser classificadas como segue:
    (1) Passagens que salientam a onipotência de Deus na obra da criação, Is 40.26, 28; Am 4.13.

    (2) Passagens que indicam Sua exaltação acima da natureza como Deus grandioso e infinito, Sl 90.2; 102.26, 27; At 17.24.

    (3) Passagens que se referem à sabedoria de Deus na obra da criação, Is 40.12-14; Jr 10.12-16; Jo 1.3.

    (4) Passagens que veem a criação do ponto de vista da soberania e do propósito de Deus na criação, Is 43.7; Rm 1.25.

    (5) Passagens que falam da criação como a obra fundamental de Deus. Ne 9.6: “Só tu és o Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora”. Esta passagem é típica de várias outras passagens menos extensas que se acham na Bíblia e que dão ênfase ao fato de que Jeová é o criador do universo, Is 42.5; 45.18; Cl 1.16; Ap 4.11; 10.6.

     1. A Ideia da Criação.
    A crença da igreja na criação do mundo vem expressa já no primeiro artigo da Confissão de Fé Apostólica (Credo Apostólico): “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador dos céus e da terra”. Esta é uma expressão de fé mantida pela Igreja Primitiva de que Deus, por Seu poder absoluto, produziu do nada o universo.

    As palavras “Criador dos céus e da terra” não constavam de forma originária do Credo, mas representam um acréscimo posterior. Eles atribuem ao Pai, isto é, à primeira pessoa da Trindade, a originação de todas as coisas. Isso está em harmonia com a descrição do Novo Testamento de que todas as coisas são do pai, mediante o Filho, e no Espírito Santo. A palavra “Criador” traduz o termo grego poieten, que se acha na forma grega da Confissão Apostólica, através do vocábulo creatorem, presente na forma latina.

    A Igreja primitiva entendia o verbo criar no sentido estrito de “produzir do nada alguma coisa”. Deve-se notar nem sempre que a Escritura usa a palavra hebraica bara’ e o termo grego ktizein naquele sentido absoluto. Também emprega esses termos para denotar uma criação secundária, na qual Deus fez uso de material já existente, mas que não podia causar por si mesmo o resultado indicado, Gn 1.21, 27; 5.1; Is 45.7,12; 54.16; Am 4.13; 1 Co 11.9; Ap 10.6. Utiliza-os até mesmo para designar algo que vem à existência sob a direção providencial de Deus, Sl 104.30: Is 45.7, 8: 65.18; 1 Tm 4.4.

    Dois outros termos são utilizados como sinônimos do termo “criar”, a saber, “fazer” (hebraico, ‘asah; grego, poiein) e “formar” (hebraico, yatsar; grego, plasso). O primeiro é claramente usado em todos os três sentidos indicados acima: de criação primária, Gn 2.4; Pv 16.4; At 17.24; mais frequentemente, de criação secundária, Gn 1.7, 16, 26; 2.22; Sl 89.47; e de obras da providência, Sl 74.17.

    O outro é usado semelhantemente com referência à criação primária, Sl 90.2 (talvez o único exemplo deste uso); à criação secundária, Gn 2.7, 19; Sl 104.26; Am 4.13; Zc 12.1: e à obra da previdência, Dt 32.18; Is 43.1, 7, 21; 45.7. As três palavras acham-se juntas em Is 45.7.

    A criação, no sentido estrito da palavra, pode ser definida como o livre ato de Deus pelo qual Ele, segundo a Sua vontade soberana e para a Sua própria glória, produziu no princípio todo o universo, visível e invisível, sem uso de material preexistente, e assim lhe deu uma existência distinta da Sua própria e, ainda assim, dele dependente. Tendo em vista os dados escriturísticos indicados acima, é evidente, porém, que essa definição se aplica àquilo que é geralmente conhecido como criação primária ou imediata, isto é, a criação descrita em Gn 1.1. Mas a Bíblia evidentemente usa a palavra “criar” também em casos em que Deus fez uso de materiais preexistentes, como na criação do sol, da lua, das estrelas, dos animais e do homem. Daí muitos teólogos acrescentam um elemento à definição da criação.

    Assim, Wollebius define: “A criação é o ato pelo qual Deus produz o mundo e tudo que nele há, em parte do nada e em parte de material que por sua própria natureza é inepto, para a manifestação da glória do Seu poder, sabedoria e bondade”. Entretanto, mesmo assim, a definição não cobre aqueles casos, também designados na Escritura como obra criadora, em que Deus trabalha mediante causa secundária, Sl 104.30; Is 45.7, 8; Jr 31.22; Am 4.13, e produz resultados que só Ele pode produzir. A definição dada inclui vários elementos que pedem mais ampla consideração.

    2. Termos bíblicos para “criar”.
    Na narrativa da criação, como já foi indicado, são empregados três verbos, a saber, ‘bara’, ‘asah’ e ‘yatsar’, e são utilizados alternadamente na Escritura, Gn 1.26, 27; 2.7.

    A primeira palavra é a mais importante. Seu sentido originário é partir, cortar, dividir; mas, em acréscimo, significa também formar, criar e, num sentido de derivação mais distante, produzir, gerar e regenerar. 

    A palavra mesma não transmite a ideia de produzir do nada alguma coisa, pois é usada até com referência a obras da providência, Is 45.7; Jr 31.22; Am 4.13. Contudo, tem caráter distintivo: é sempre empregada com relação a alguma produção divina, nunca a qualquer produção humana; e nunca tem acusativo de material, pelo que serve para expressar a grandiosidade da obra de Deus.

    A palavra ‘asah’ é mais geral, significando fazer ou formar, e, portanto, é empregada no sentido geral de fazer, formar, fabricar, modelar. A palavra yastar tem, mais distintamente, o sentido de modelar com materiais preexistentes e, portanto, é empregada para descrever o trabalho do oleiro na modelagem de vasos de barro.

    As palavras do Novo Testamento são ktizein, Mc 13.19, poiein, Mt 19.4: themelioum, Hb 1.10, katartizein, Rm 9.22, kataskeuazein, Hb 3.4, e plassein, Rm 9.20. Nenhuma dessas palavras expressa diretamente à ideia de criação do nada.

    Sentido da expressão “criação do nada”.
     A frase “criar ou produzir do nada” não se acha na Escritura. É oriunda de um dos apócrifos, a saber, 2 Macabeus 7.28. A expressão ex nihilo tem sido mal interpretada e criticada. Alguns até consideram a palavra nihilum (nada) como um designativo de certa matéria com a qual o mundo foi criado, matéria sem qualidades e sem forma. Mas isso é pueril demais para merecer séria consideração.

    Outros entendem que a expressão “criar do nada” significa que o mundo veio a existir sem nada ou ninguém que atuasse como sua causa, e passaram a criticá-la como conflitante com o que geralmente se considera verdade axiomática - ex nihilo nihil fit (do nada, nada se fez). Mas esta crítica é inteiramente destituída de base. Dizer que Deus criou do nada o mundo não equivale a dizer que o mundo veio a existir sem causa. Deus mesmo, ou, mais especificamente, a vontade de Deus é a força causante do mundo. Martensen se expressa come estas palavras: “O nada do qual Deus cria o mundo são as eternas possibilidades da Sua vontade, que são as fontes de todas as realidades do mundo”.  Se a frase latina, “ex nihilo nihil fit” for tomada no sentido de que não pode haver nenhum efeito sem causa, sua veracidade pode ser admitida, mas isso não pode ser considerado como uma objeção válida à doutrina da criação do nada. Mas se for entendida como expressando a ideia de que nada pode originar-se, a não ser de material previamente existente, certamente não poderá ser tida como uma verdade clara e inconteste. Neste caso, é na verdade uma suposição arbitrária que, como o assinala Shedd, não faz justiça sequer aos pensamentos e volições do homem, que são ex nihilo.  Mas, mesmo que essa frase expressasse de fato uma verdade pertencente à experiência comum, no que se refere às obras humanas, isto ainda não provaria que ela é verdadeira com respeito à obra do absoluto poder de Deus. Contudo, em vista do fato de que a expressão, “criação do nada”, está sujeita a ser mal compreendida, e foi mal compreendida muitas vezes, é preferível falar em criação sem uso de material preexistente.

    3. Base Bíblica da doutrina da criação do nada.
    "Por favor, fiquei com uma dúvida após assistir seu vídeo sobre a lição. O senhor disse que não é correto dizer que Deus criou o universo do NADA”.
    Dúvida: A palavra barah não significa criar do nada (Suely Barbosa)?"
    Querida irmã, na verdade, Deus não criou os Céus e a Terra do nada, mas a partir de sua Palavra, conforme lemos em Hebreus: "Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem" (Hb 11:03).

    O verbo hebraico barah não significa exatamente que Deus haja criado o Universo a partir do nada, mas que Ele não precisou de qualquer matéria-prima para criar tudo quanto existe. Sua palavra foi suficiente.
    Leiamos também esta passagem do salmista: "Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles" (Sl 33:06). Por conseguinte, a Palavra de Deus tudo criou (Claudionor de Andrade).


    III – A CRIAÇÃO ESPECIAL DE DEUS

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