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Lição 3 O Criador se relacionando com o ser humano (Lições Betel - Classe Adultos)

Lições Bíblicas BETEL: 2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus

TEXTO ÁUREO

"Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado" Salmo 139.14a

VERDADE APLICADA

Nós necessitamos de Deus. Mas é sempre Deus quem toma a iniciativa e busca o homem para se relacionar com Ele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Apresentar o homem como a coroa da criação de Deus.

2. Mostrar que Deus é um Deus relacional.

3. Enfatizar que devemos ter relacionamento com Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 2

20. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo anima! do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21. Então o Senhor fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22.    E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23.    E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Sl 8.1-9

Deus é glorificado nas Suas obras

TERÇA | Sl 139.13-17

A onipotência de Deus

QUARTA | Ec 4.9-12

Melhor é serem dois do que um

QUINTA | Lc 3.23-38

Genealogia de Jesus

SEXTA | At 17.24-28

O Deus que fez o mundo a tudo que nele ha.

SÁBADO | 1Co 11.7-12

O homem e a imagem a gloria de Deus.

HINOS SUGERIDOS: 35, 227, 456

MOTIVOS DE ORAÇÃO:

Ore para que tenhamos desejo de nos relacionarmos mais intimamente com Deus. 

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1. A coroa da criação de Deus

2. Deus: um Ser relacional

3. Ligados pelo Criador

Conclusão

INTRODUÇÃO

O ser humano ter sido criado à imagem e semelhança de Deus atesta que fomos criados para relacionamento com Deus e com o próximo. Veremos na presente lição a atenção e o cuidado do Criador em suprir as necessidades do homem em todas as dimensões, inclusive no que concerne ao relacionamento. Ainda hoje, necessitamos da providência divina em todas as áreas da vida.

PONTO DE PARTIDA: Devemos honrar o Senhor em tudo.

1. A COROA DA CRIAÇÃO DE DEUS

Deus não fez o homem para que este vivesse para si mesmo. Deus o criou para que este vivesse com Ele e na alegria da glória dEle. Neste tipo de vida tudo na existência humana era plenamente abençoado.

 

1.1. Uma perfeita criação para sua mais preciosa criatura.

A criação foi feita e abençoada por Deus para o bem do homem. O próprio Deus aprova o que fez para o homem. Vemos isso quando lemos, ao término de cada etapa, a frase: “E viu Deus que era bom” [Gn 1.10, 12, 18, 21, 25]. Ou seja, na forma sábia, bela e proposital como tudo foi feito, Deus queria o melhor para o homem e fez tudo para o nosso bem e para Sua glória. Mesmo após a queda, não podemos desprezar a beleza e sabedoria de Deus percebida em toda a Sua criação.

 

Comentário Bíblico Moody – Gênesis: “Quando o Criador olhou para o produto de Sua vontade, encontrou-o perfeitamente completo e admirável; ficou satisfeito. Esta declaração foi feita sete vezes. Cada um dos atos criativos de Deus era perfeito, completo, agradável, satisfatório.”

 

1.2. Honra e dignidade na imagem e semelhança divina.

Ser portador da imagem de Deus é o maior prestígio que o homem pode ter [Gn 1.27]. Em Mateus 18.10, Jesus diz: “(…) os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai, que está nos céus”. Mas em nenhum lugar da Bíblia é ensinado que Deus tenha feito algum anjo à Sua imagem e semelhança.

Ainda que tenhamos sempre a ideia de que os anjos sejam os seres mais especiais criados por Deus, é com o homem que Deus escolheu ter um relacionamento mais íntimo. Ter sido criado à semelhança de Deus dotou o homem de potencial que não se encontra paralelo em qualquer outra criatura terrena [Gn 1.26]. Nossa dignidade essencial honra a glória de Deus.

 

Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “Esta imagem de Deus em nós também torna disponível uma comunhão entre o homem e Deus, que não é possível para as outras criaturas. Pertencemos à família de Deus. Embora em Gênesis Deus não ordene adoração, é claro que o homem não pode executar as suas tarefas sem tal comunhão [Jó 35.10-11]. O próprio Deus deseja tanto a confiança do homem quanto a sua companhia [Gn 2-3].”

 

1.3. Abençoados para reproduzir a imagem de Deus. Gênesis 1.28 diz: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: “Frutificai, e multiplicai-vos”. A fertilidade e capacidade de se multiplicar foi um ato abençoador e glorioso de Deus. Deus é o único criador. O verbo hebraico bara’, que significa criar algo do nada, só pode ser atribuído a Deus. Ninguém, exceto Deus, pode criar algo do nada. Mas conquanto Deus seja o Criador, abençoou o homem para que ele fosse um procriador dos da mesma espécie de criatura à imagem de Deus. Os animais não podem procriar criaturas à imagem de Deus. Os anjos também não. Mas os homens sim.

 

Comentário Bíblico Champlin – Gênesis: “… o homem é visto como quem foi feito à imagem de Deus, algo jamais dito no tocante aos animais irracionais. Paulo toma esse mesmo tema em um sentido mais elevado, informando-nos que faz parte do destino dos salvos serem conformados à imagem do Filho, transformação espiritual essa que é a própria essência da salvação.”

 

EU ENSINEI QUE:

Deus nos deu uma posição elevadíssima em relação a toda a Sua criação. Saber disso deve não apenas nos fazer sentir-se valorizados, mas responsáveis em viver à altura da nossa posição.

 

2. DEUS: UM SER RELACIONAL

Todo este privilégio dado ao homem não se comparava ao propósito maior deles: nos relacionarmos de forma íntima com Deus.

2.1. Criados de uma forma especial e admirável.

“Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” [Sl 139.14]. Deus nos fez de forma especial e admirável de duas formas: primeiro na forma como o primeiro homem foi criado. Deus fez todas as coisas pelo ordenar da Sua voz [Sl 33.6; Hb 11.3].

 

Mas Adão foi feito pelas próprias mãos de Deus [Gn 2.7; Is 64.8]. No nosso caso, descendentes de Adão, somos gerados no ventre da nossa mãe. Mas as mãos de Deus não estão fora disso. O salmista diz: “Pois possuístes os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. (…) Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe” [Sl 139.13, 15-16].

 

Ainda que a narrativa poética de Gênesis seja uma figura de linguagem, visto que Deus não tem mãos, o sentido da revelação está claro: Quando Deus nos fez, o fez de uma forma diferenciada e elevada a todo o resto da criação. Mesmo que não saibamos a forma exata como isso aconteceu, Deus quer que vejamos como somos uma obra-prima Sua. Obras das Suas mãos.


2.2. Relacionamento, intimidade e parceria.

Deus falava diretamente com o homem [Gn 2.16]. Não haviam profetas, sacerdotes, anjos ou qualquer intermediário. Do lado de fora do Jardim não era possível falar com Deus ou ouvir a Deus sem mediações. Mas antes da queda, Deus falava face a face! Relacionamento e intimidade. Como vimos na lição anterior, Deus trouxe cada animal até Adão para que Adão decidisse qual nome teriam. O que Adão decidisse, Deus aprovaria. Gênesis 2.19 diz: “E tudo que Adão chamou a toda alma vivente, isso foi o seu nome”. Veja que parceria maravilhosa Deus nos fez para termos com Ele!

 

Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “Anteriormente, Adão e Eva estavam vivendo em uma comunhão sadia um com o outro e com Deus. Eles não se consideravam em contraposição a Deus e um com o outro, mas aceitavam cada relacionamento sem questionar. Agora repentinamente tornavam-se cônscios das diferenças existentes entre eles. “Adão está olhando para mim”, cisma Eva, e ela precisava esconder-se dele, e vice-versa. “Não posso deixar Deus me ver desta forma”, sentiam ambos. “Eu e tu” substituem o “nós” de seu relacionamento anterior.”

 

2.3. Alguém do lado.

Como se não bastasse estar em um paraíso, tendo com Deus um relacionamento que nem conseguimos imaginar, Adão ainda recebe de Deus alguém que lhe corresponda de uma forma exclusiva. Ao dar nomes aos pares de animais, o homem se vê sem seu par [Gn 2.20]. Mas Deus não é alheio a isso. O próprio Deus, pela primeira vez em Gênesis, diz que algo não era bom [Gn 2.18]. Não porque o homem tinha sido malfeito, mas porque Sua obra ainda não estava completa. E para ter alguém ao lado do homem, Deus tira do lado do homem aquela que lhe corresponderia naquela honrosa missão.

 

Comentário Bíblico Moody – Gênesis: “Uma vez que a mulher foi formada do lado do homem, ela tem a obrigação de permanecer ao seu lado e de ajudá-lo. Ele tem a obrigação de lhe dar a proteção e defendê-la com o seu braço. Os dois seres formam um todo completo, a coroa da criação. O autor do Gênesis declara que Deus transformou (beinâ) a costela que tirou do homem em uma mulher. A mão que moldou o barro para fazer o corpo do homem, pegou uma parte do corpo vivo do homem e transformou-o em uma mulher.”

 

EU ENSINEI QUE:

Deus não fez o mundo, colocou o homem nele e saiu de cena. Ele nos quer por perto trabalhando com Ele. Isso nos dá segurança e certeza de que, se buscarmos, iremos ter a presença dEle para tudo na vida.

 

3. LIGADOS PELO CRIADOR

Quando temos um verdadeiro e íntimo relacionamento com Deus, os demais relacionamentos recebem a mesma saúde.

3.1. Divinamente ligados.

Adão foi gerado por Deus a partir do barro. Eva foi gerada de Adão a partir da sua costela [Gn 2.21-23]. Há uma relação mais profunda entre o homem e a mulher que conseguimos compreender. Suas diferenças não têm a ver com valor. Elas são funcionais na missão dada por Deus. O homem depende da mulher como a mulher do homem em necessidades distintas. Foram criados por Deus para serem parceiros na vida. A abordagem feminista radical tem gerado um antagonismo destrutivo no propósito original de Deus para o homem e a mulher.

 

João Calvino – Comentário de Gênesis: “Certamente, não se pode negar que a mulher também, ainda que tenha sido criada de modo diferente, foi criada à imagem de Deus; consequentemente, o que se disse na criação do homem é pertinente também ao sexo feminino. Ora, visto que Deus designa a mulher como auxiliadora do homem, ele não só prescreve às esposas a norma de sua vocação, para instruí-las em seu dever, mas também declara que o matrimônio realmente provará ser aos homens o melhor auxílio da vida.”

 

3.2. Emocionalmente ligados.

Quando lemos Gênesis 2.23, quase podemos ver o sorriso de Adão. “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne” expressa ele quando Deus lhe traz sua nova e mais bela companhia. Na lição anterior aprendemos que Deus não tem necessidades emocionais (argumento utilizado – Deus teria criado os homens para com eles finalmente se relacionar). Mas isso não significa que Deus não tenha emoções. Aliás, as mais santas emoções, que sempre foram compartilhadas em Trindade. Quando cria o homem, confere a ele este atributo. A capacidade de sentir emoções e compartilhar sentimentos. Além de Eva ser um socorro (o substantivo hebraico “Ìezer” na JFA-RA em Gênesis 2.18 é traduzido por socorro) para Adão, ela seria também aquela que corresponderia às necessidades emocionais.

 

A versão NVI, assim como a KJA, traduz Gênesis 2.23 “Esta, sim”, que tem correspondência com a versão JF-RA que traduz: “Esta, afinal”. O sentido é que Adão percebia que faltava alguma coisa no Jardim e para ele. Nenhuma fêmea no Éden lhe correspondia. A mulher foi dada por Deus como um socorro para tudo o que o homem tinha que fazer, como também aquela que integraliza o que o homem deveria ser.

 

3.3. Intimamente ligados.

O autor sagrado faz uma aplicação para as futuras gerações a partir da fala de Adão [Gn 2.23]. A profunda ligação entre o homem e a mulher só é possível por meio de um tipo de ruptura social que o trouxe até ali [Gn 2.24]. Seus pais até então eram a base principal de suas relações afetivas. Este lugar agora se encontra na relação do casal. Esta ligação íntima culmina no ato conjugal. Não há razões bíblicas para pensar que Adão e Eva não tivessem relações sexuais antes da queda. Não havia necessidade de pudor antes da queda [Gn 2.25]. A intimidade com Deus santifica a nossa intimidade.

 

Comentário Bíblico Champlin – Gênesis: “Paulo (citando indiretamente) usou o sentimento do versículo a fim de proibir a prostituição, visto que o princípio de uma só carne que deve prevalecer no matrimônio é violado pela intrusão de uma terceira pessoa. Em Efésios 5.31, esse apóstolo citou diretamente o versículo. Primeiro usou-o para indicar o casamento literal, e, em seguida, o casamento espiritual de Cristo com a Sua Igreja. Em ambos os casos, ele partiu do pressuposto de alguma espécie de comunhão mística, no âmbito da alma, que une os casais, bem com o Cristo à Sua Igreja, o que o versículo 32 dá a entender por meio do termo mistério.”

 

EU ENSINEI QUE:

A união de Adão e Eva, realizada por Deus, se tornou um padrão pelo qual a glória de Deus é refletida no casamento. E o casamento que reflete a glória de Deus é aquele que aponta para a união entre Cristo e a Igreja.

 

CONCLUSÃO

O nosso relacionamento com o próximo é determinado pelo nosso relacionamento com Deus. Quando, por causa do pecado, somos alienados de Deus, as demais relações sofrerão danos, conforme veremos na próxima lição.

Veja mais lições Betel Aqui

Este E-book é uma verdadeira fonte informativa para os novos e os veteranos professores de Escola Bíblica.


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Lição 2 A Criação revelando a glória do Criador (Lições Betel - Classe Adultos)

Lições Bíblicas BETEL: 2° Trimestre de 2023 | REVISTA: GÊNESIS – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus

TEXTO ÁUREO

"E criou Deus o homem a sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou." Genesis 1.27

VERDADE APLICADA

O ser humano, por ser a coroa da criação de Deus, deve glorifica-Lo em todas as áreas da vida.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Apresentar a origem e o propósito da criação.

2. Destacar as amostras da glória de Deus no homem.

3. Falar sobre a restituição do propósito original.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

GÊNESIS 1

26- E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

28- E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.

31- E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Sl 19.1-6

A natureza manifesta a glória de Deus.

TERÇA | Sl 33.1-9

O júbilo na contemplação das obras de Deus.

QUARTA | Sl 136.1-9

Deus é louvado por Suas obras.

QUINTA | Jo 1.1-3

No princípio era o Verbo.

SEXTA | At 17.26-30

Deus de um só fez toda a geração dos homens.

SÁBADO | Rm 1.18-25

A ira de Deus sobre a impiedade e injustiça.

HINOS SUGERIDOS: 10, 291, 505

 

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que Deus nos capacite a vivermos à altura da nossa vocação.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– Origem e propósito

2– As amostras da glória de Deus no homem

3– A restituição do propósito original

Conclusão


INTRODUÇÃO

Na lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em oposição a Deus e sujeita ao Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito de Deus ao criar todas as coisas e a relevância do ser humano viver segundo este propósito.


PONTO DE PARTIDA: Fomos criados para glorificar o Senhor.

 

1. ORIGEM E PROPÓSITO

O mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um Deus pessoal e o propósito é a glória dEle manifestada em Sua criação. Este propósito é o tema central das Escrituras e da vida [Is 43.21; Rm 11.36]

 

1.1. Criados por um Deus glorioso.

A Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de Deus e da glória dos Seus atributos: “No princípio criou Deus” [Gn 1.1]. A Bíblia, portanto, mostra, antes de mais nada, que o Deus eterno, auto suficiente, auto existente é o Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela quer que, sem distrações, vejamos a Sua glória. A glória de Deus manifestada na criação e em Cristo revela os atributos, o caráter e a perfeição do Criador [Jo 1.14].

 

A tendência humana de imaginar Deus a partir do homem pode levar muitos a pensarem que Deus nos criou por necessidade. Esta ideia representa um Deus incompleto até que o homem fosse criado. Mas Deus não tem necessidades. Ele é independente de Sua criação. Suas obras não alteraram tudo que Deus é e sempre foi. É isso que significa dizer que Deus é um Deus satisfeito. Nós fomos criados por um Deus glorioso. Deus nos criou para que participássemos da Sua bendita e eterna satisfação em Sua própria glória.

 

1.2. Criados para um propósito glorioso.

Se Deus sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem? Não encontramos esta resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos de Gênesis onde narra a criação. No entanto, é notório que Deus faz e fala. Ou faz por meio do falar. É assim que nós conhecemos alguém. Ouvindo o que ela diz e vendo o que ela faz. Na criação, Deus revela a si mesmo. É possível conhecermos parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando entendemos isso, nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência: tornar o Deus glorioso conhecido por todas as pessoas.

 

Van Groningen: “Não se afirma diretamente em Gênesis 1.1-2.25 o motivo pelo qual Deus decidiu criar e, desse modo, fazer-se conhecido a outros além da própria Trindade. Em Gênesis 1, no entanto, a repetida declaração “e Deus disse” indica seu desejo de falar, de expressar-se, e de fazer-se conhecido. Deus fez o que Ele quis fazer.”

 

1.3. Pecado: desviando-se do propósito.

Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança [Gn 1.26]. Deus encheu o homem com atributos que anunciariam a glória de Deus [Gn 1.27]. “Encher a terra” [Gn 1.28; 9.1] não significa que a procriação tinha um fim em si mesma. As marcas da glória de Deus impressas no homem seriam espalhadas pelo mundo. Roger Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal – Carisma Editora, 2020, p. 32) comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador para multiplicação e encher a terra [Gn 1.27]: “Obedientes a essa ordem, os filhos de Adão e Eva e seus descendentes começam a se disseminar e povoar a terra. No entanto, por causa das consequências do pecado de Adão [Gn 3.12], à medida que a população aumenta, os pecados também crescem (…)”.

 

John Piper diz: “O propósito de Deus na criação, portanto, era encher a terra com sua própria glória. Isso fica claro, por exemplo, em Números 14.21, em que o Senhor diz: “Toda a terra se encherá da glória do Senhor”, e em Isaías 43.7, em que o Senhor se refere ao seu povo como “os que criei para minha glória”.”

 

EU ENSINEI QUE:

A nossa origem e o nosso propósito só podem ser definidos em Deus.


2. AS AMOSTRAS DA GLÓRIA DE DEUS NO HOMEM

A criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a criação por sermos feitos à imagem de Deus. Mas se Deus é Espírito, então o significado disso é que Deus nos fez portadores de atributos que apontam para Sua glória.

2.1. Corregência com Deus.

Quando Deus deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder criativo das suas palavras [Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24]. A palavra de Deus criava a ação ordenada. Mas quando Deus foi determinar o papel do homem, Ele lhe deu uma ordem consciente [Gn 1.27-30]. O homem, de posse dos atributos que Deus lhe conferiu, deveria usá-los consciente e intencionalmente para cumprir as ordens dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da terra que tem consciência de que está participando de uma corregência com Deus ao obedecê-lo. Que privilégio maravilhoso!

 

Comentário Bíblico Broadman – volume 1: “Na criação, Deus levou a terra até certo ponto e depois colocou-a nas mãos do homem, para que dela se encarregasse. Ela não fora ainda “subjugada” nem ainda colocada completamente sob o domínio de Deus. O homem devia apressar este processo. Era seu privilégio e desafio. Tem sido a tragédia da história do homem que ele pensou que o domínio sobre a natureza, que lhe havia sido dado, era para o seu benefício pessoal. Assim pensando, ele esbanjou os recursos da terra. Agora está começando a perceber que o seu domínio consiste na responsabilidade de ajudar cada aspecto da natureza a atingir o seu alvo mais elevado. Em certo sentido, ele deve juntar-se a Deus, na tremenda tarefa de continuar a obra da criação.”

 

2.2. A glória no homem nas ações e palavras.

Assim como Deus se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele designou o homem em tornar Sua glória conhecida no mundo por suas ações e palavras. Depois de Deus criar todos os animais, poderia ele mesmo dar-lhes seus nomes. Preferiu, porém, designar ao homem esta tarefa. Animal a animal recebera o nome que Adão não só escolheu, mas proferiu [Gn 2.19-20]. Desta forma, a sabedoria de Deus comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria ser vista por toda a humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os animais e administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu Criador [Gn 1.28-31].

 

Ao iniciar o livro de Atos, Lucas diz que em seu primeiro livro procurou descrever tudo o que Jesus começou a fazer e ensinar [At 1.1]. Ele era conhecido como “um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo” [Lc 24.19]. Cristo revelou-se como Filho de Deus e a Sua glória diante dos homens. Tudo o que Ele fazia e tudo o que falava não era para alcançar glória para si mesmo, mas para glorificar o Pai diante dos homens. Estes são os passos que Jesus deixou para nós seguirmos. 1Pedro 4.10-11 ensina que Deus distribuiu da Sua graça a cada um de nós para que, seja com as nossas palavras ou com o nosso serviço, devemos fazer de um jeito que em tudo seja Deus glorificado.

 

2.3. Um estágio no Éden.

O Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a terra. No jardim havia todo tipo de árvores das quais o homem poderia comer [Gn 1.29]. E uma árvore a qual ele deveria “guardar” [Gn 2.15-17]. Além disso, Deus deu autoridade ao homem para subjugar os animais [Gn 1.26-28].

O diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao invés de subjugar a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras [Gn 3.1-6]. Ou seja, o homem comete seu primeiro erro como corregente de Deus na criação. Subsequentemente comete o segundo, quando come da árvore que deveria “guardar”. Ao falhar em seu “estágio” edênico, o homem passa a administrar mal tudo o que Deus lhe confiou, quando não busca honrar a glória do Senhor da criação.

 

R. N. Champlin: “A responsabilidade de Adão era lavrar o solo do jardim. Desta forma, Gênesis ensina a dignidade do trabalho na criação original. O resultado da queda não foi o trabalho, mas a labuta em face de forças intoleráveis. A tarefa de Adão era simples e agradável, sem espinhos, cardos ou ervas daninhas para tomá-lo frustrado. Sem um trabalho construtivo, o homem não pode obter da vida uma verdadeira satisfação. Ócio não era o modo de vida no Éden.”

 

EU ENSINEI QUE:

Apesar de Deus não precisar de nada nem de ninguém, Ele nos criou a nos designou como corregentes da Sua criação.

3. A RESTITUIÇÃO DO PROPÓSITO ORIGINAL

Paulo diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus [Rm 3.23]. O plano divino de salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano por inteiro, incluindo sua honrosa posição original a qual Deus estabeleceu como corregentes de Sua criação.

 

3.1. Deus não destituiu o homem do seu papel na criação.

O trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida [Gn 3.17-19]. Após a declaração “E Deus os abençoou” [Gn 1.28], com a entrada do pecado, foi acrescentada: “maldita é a terra por causa de ti” [Gn 3.17]. Porém, este honroso desígnio de Deus para o homem na criação continua de pé. A criação foi feita para o homem. Por isso Deus deixa para criar o homem no final, coroando Sua obra. Porém, como Deus fez o ser humano semelhante a Si mesmo, no encargo de dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve fazê-lo para mostrar Deus. Apresentar a imagem dEle. Devemos agir em nossos deveres de forma a espelhar Deus e seus atributos comunicáveis. Ao dar ao homem a missão e poder de governar, como diz Piper: “O objetivo de Deus, portanto, era que o ser humano agisse de modo que espelhasse Deus, que tem o domínio supremo”.

 

John Piper: “Ao ser humano é dada a posição elevada de portador da imagem, não para que ficasse arrogante e autônomo (como tentou fazer por ocasião da queda), mas para que refletisse a glória de quem o fez, cuja imagem traz em si”. Sermos portadores da imagem nos motiva a sermos zelosos em qualquer lugar, realizando qualquer tarefa; fazendo realmente qualquer coisa.

 

3.2. Não limite seu potencial de glorificar a Deus.

Cada ser humano tem um potencial dado por Deus. Quando desenvolvemos e expressamos este potencial, refletimos os atributos de Deus. Ou seja, as práticas religiosas não são as únicas nem as mais plenas formas de expressarmos nosso temor e amor a Deus. O desejo de Deus é que, como disse Paulo: “quer comamos, quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo para a glória de Deus” [1Co 10.31]. Não há no jardim menção de cultos, orações ou ofertas. A vida de obediência a Deus era o culto.

 

O trabalho do homem lá, explorando todo potencial que Deus lhe conferiu, era o culto. Depois da queda, houve uma ruptura dicotômica. Os homens baniram Deus de suas vidas comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres religiosos pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de honrar a glória do Criador.

 

Não temos menção de ações cultuais realizadas por Adão e Eva dentro do Éden. Porém, ainda que Gênesis 4.26 diga que nos tempos de Enos é que se começou a invocar o nome do Senhor, no mesmo capítulo é narrada a história de adoração dos dois filhos de Adão e Eva [Gn 4.1-5]. Caim e Abel provavelmente aprenderam sobre adoração com seus pais. Uma adoração que implicava aceitação ou rejeição divina. É possível que, do lado de fora do jardim, Adão e Eva começaram a buscar reconexão com Deus através de sacrifícios e ofertas. Porém, já na primeira ação cultual de oferta registrada na Bíblia, fica evidente que não é qualquer ação cultual que Deus aprova.

 

3.3. O Servo perfeito de Deus.

Analisar mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em sua relação com Deus antes da queda nos leva a pensar sobre o que Deus espera de nós hoje. Somos convidados a uma reaproximação ao propósito original da vida, quando lembramos que, embora Deus tenha expulso o homem do Éden para o mundo, Cristo invade o mundo para nos trazer de volta não ao Éden, mas à comunhão plena com Deus. Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo e se fez servo de todos [Fp 2.7]. Ele foi o perfeito Servo do Senhor [Is 42.1-8; Mt 12.18-20]. Serviu com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo. Honrou a Deus não apenas no templo, em práticas religiosas, mas em tudo. Cristo com Seu trabalho perfeito resgata o ser humano para o propósito original de Deus.

 

Paulo diz com clareza em Filipenses 2 que Cristo encarnou em forma de servo. Mais que isso. Ele poderia vir ao mundo como um rei, rodeado de servos e nunca experimentar trabalho. Porém, foi do desígnio de Deus que Ele se fizesse pobre [2Co 8.9], nascesse em uma família pobre e seguisse a profissão do seu Pai José como carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Cristo foi definitivamente um homem de trabalho. Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” [Jo 5.17]. Disse ainda: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou” [Jo 9.4]. Era necessário que aquele que veio assumir o nosso lugar como representante da humanidade, fosse um modelo de servo que agrada a Deus.

 

EU ENSINEI QUE:

O plano divino de salvação em Cristo Jesus é restaurar o ser humano por inteiro.

CONCLUSÃO

Que o presente estudo contribua para que cada discípulo de Cristo, por ter sido resgatado da vã maneira de viver [1Pe 1.18], esteja plenamente consciente e atento para viver no presente século conforme a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, para que em tudo seja Deus glorificado [1Pe 4.11].

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